Evitando o Esgotamento Profissional: Sintomas de Burnout e Estratégias de Prevenção

No texto de estreia aqui no Jornal da Cidade foram apresentados os propósitos desta coluna e a importância de se pensar em uma vida mais equilibrada, especialmente em atenção ao estado de nossa saúde mental. Naquela ocasião, como exemplo, foi citado a Síndrome de Burnout como uma das mais frequentes doenças ocasionadas por uma vida de excessos, especialmente de trabalho.

Para esta semana, gostaria de aprofundar um pouco mais sobre a Síndrome de Burnout, também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional.

Como dito na coluna da semana passada, a busca constante por produtividade, rendimento e, consequentemente, sucesso é reflexo da atualidade e desse ritmo dinâmico com o qual vivemos. Assim, encontrar o equilíbrio e abrir espaço na agenda para os cuidados com a saúde mental é um grande desafio.

Nesse contexto, a Síndrome de Burnout surge como um dos desafios enfrentados por aqueles que estão imersos no mundo do trabalho.

O que é Burnout?

Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS) a Síndrome de Burnout é o resultado da má administração da condição do estresse crônico no trabalho. É importante ressaltar que desde janeiro de 2022 a síndrome foi incluída como risco ocupacional na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas de Saúde Relacionados (CID-11).

O termo Burnout – originado do inglês que significa queimar-se/consumir-se – foi utilizado pela primeira vez na década de 70 para caracterizar sintomas de redução de energia, prazer e afeição relacionados ao trabalho (GUEDES, 2020).

Pesquisadores apontam que há três principais características relacionadas aos sintomas do esgotamento profissional, são elas: exaustão emocional, despersonalização e reduzida realização pessoal (MENEZES et al, 2017).

Sintomas do Burnout

Os principais sintomas do Burnout são a exaustão emocional, física e mental, fadiga constante, sentimento de distanciamento emocional do próprio trabalho, falta de energia, irritabilidade, falta de concentração, sentimento de incompetência, dores musculares, dificuldades relacionadas ao sono, entre outros.

Ambientes de trabalho que exigem um alto nível de rendimento, metas inatingíveis e muita pressão são propícios ao desenvolvimento desta síndrome.

Prevenção

A literatura aponta que a prevenção do Burnout está relacionada à soma de estratégias tanto a nível individual, quanto organizacional. O trabalhador precisa desenvolver um comportamento consciente e de autoconhecimento dos sinais e sintomas. Já a organização precisa estar comprometida com o desenvolvimento de condições necessárias para que o local de trabalho seja mais saudável e menos promotor de estresse.

Estratégias como a prática de exercícios físicos, treino de resiliência, prática de yoga e promoção do autocuidado, são apontadas pelas pesquisas como aliados da saúde mental. (LOPES et al, 2022).

Fique atento!

A Síndrome de Burnout possui efeitos sérios e até mesmo graves à saúde.

Busque ajuda profissional caso tenha percebido que você está sentindo sintomas de estresse ou até mesmo do Burnout.

Fique atento aos sinais do seu corpo, ao cansaço excessivo, afinal, como diz a sabedoria popular: o corpo é nossa “casa” e precisamos cuidar do nosso próprio “templo” com muita atenção e comprometimento.

Referências

GUEDES, A. L. P. Ansiedade, stress e burnout: definição conceptual e operacional, inter-relações e impacto na saúde. Dissertação (Mestrado em Medicina) – Universidade Beira Interior. Covilhã. 2020.

LOPES J, PatrÍcio A, LOPES D, Duarte M, GOMES J. Estratégias de Prevenção do Burnout nos Enfermeiros- Revisão da Literatura. Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional online. 2022.

MENEZES, P. C. M. et al. Síndrome de Burnout: uma análise reflexiva. Revista de enfermagem. UFPE online. P. 5092-51011, Recife, 2017.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Disponível em https://www.who.int/pt

Texto: Juliana Kunz

jcjoinville